Lições de uma avó resiliente

A farmacêutica e bioquímica Carol Cruz, 68 anos, aposentou-se há dois anos. Durante toda a vida laboral, investiu em previdência complementar. Hoje, além da aposentadoria do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), conta com a segurança da reserva que acumulou no fundo de pensão do Serviço Social da Indústria (Sesi), onde trabalhou por 28 anos. “É o dinheiro que me possibilita viajar, ter mais qualidade de vida, fazer coisas que a renda tradicional de aposentada não me permitiria”, diz.

Carol conta que sempre cultivou o hábito de poupar. Para ela, “dinheiro na mão é vendaval”, por isso garantiu o investimento em previdência com desconto automático no salário ao longo de anos. “Meus colegas ficavam espantados com meu percentual de contribuição, mas eu sabia que isso faria diferença no futuro”, diz . Hoje a farmacêutica é avó de Alde, 10 anos, e Sophia, 9 meses, e faz questão de manter os netos num plano de previdência complementar. “Quando minha filha Izabela, que é Participante Fachesf, me disse que as crianças poderiam ter um plano de previdência com a Fundação, não pensei duas vezes: pedi para colocarem meus netos no RealizePrev e assumi as contribuições mensais. Sei que lá na frente eles vão usufruir dessa decisão”, comemora Carol.

Há quem diga que mais importante do que planejar o futuro é viver o presente. Afinal de contas, que garantia temos que viveremos para usufruir de nossas reservas? A história de Carol mostra que apesar de inúmeras frustrações com planos não realizados, ainda é melhor prevenir do que remediar: “Sempre gostei de poupar e pensar no futuro. Sou dessas pessoas que traçam metas e planos na virada do ano. Nem sempre as coisas saem como esperado, mas sigo planejando”.

Ao dizer que nem sempre o planejado é executado, Carol sabe bem do que fala. Planejou, durante dois anos, um intercâmbio na Irlanda que duraria 6 meses. A experiência terminaria com uma viagem em família. Viajou no último dia 6 de março, com todas as despesas quitadas, mas foi surpreendida com o avanço da pandemia. Precisou voltar ao Recife quinze dias depois. “Estava me sentindo uma adolescente em Dublin, começando a me inteirar das coisas do país, mas a gravidade da pandemia ficou evidente. Tive aula durante três dias e logo em seguida, decretaram aulas online. Foi quando decidi voltar”, lembra Carol.

A aposentada nem desconfiava, mas o ano reservaria outras mudanças bruscas na vida de Carol. Ela apresentou sintomas de gripe e se submeteu a uma bateria de exames para entender a causa de uma constante falta de ar. Enquanto muitos temiam o diagnóstico de Covid, Carol soube que tinha um câncer no pulmão. “Se não fosse pela pandemia, não teria voltado da Irlanda e nem descoberto o câncer logo na sequência. Hoje estou me tratando e meu grande desejo é ficar curada. Tenho rezado mais e aproveitado a companhia dos meus filhos e netos. Com o susto, você aprende a valorizar o que antes achava banal. Minha família está muito mais próxima e unida. Isso é algo que mexe com todo mundo”, avalia.

Na foto que ilustra esta matéria, tirada no início de setembro, Carol comemora seu aniversário numa praça da zona norte do Recife. “Parecia festa infantil. Fiz uma sacolinha de comida para cada um, reuni a família e alguns amigos, ao ar livre, cada um com sua máscara, álcool em gel. Foi o jeito que encontramos de comemorar. E foi maravilhoso”, lembra. Quando sai de casa para as sessões de quimioterapia, Carol faz questão de arrumar o cabelo e as unhas, e capricha na maquiagem. Segue em frente, fazendo o que precisa ser feito, enquanto Sophia e Alde aprendem lições com avó que estão bem além da educação financeira e previdenciária.


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